Nosso Fundador

Em 26 de maio de 1921, em São Roque, nas terras do Sorocamirim, nasceu Brasílio Augusto de Moraes, um dos mais antigos e reconhecidos vinhateiros do município.  Brasilio foi casado com a Angela Santiago de Moraes com quem teve cinco filhos

Fundador e proprietário da Vinícola XV de Novembro, a grande alegria de Brasílio sempre foi ver seus 9 netos e 4 bisnetos passearem pela propriedade rural que herdou da casa paterna, no Sorocamirim, dotada de extensos parreiras das variedades de uvas Isabel, Seibel e Niagara. 

O nome que deu a vinícola – XV de Novembro – foi uma homenagem sua aos 60 anos da Proclamação da Republica do Brasil, comemorados em 1958, justamente quando iniciou sua própria fabricação de vinhos.

Por muitos anos, um dos principais prazeres de Brasílio foi percorrer os vinhedos no final do verão, colhendo os derradeiros cachos de uvas maduras. Foi com o pai, Achiles Augusto de Moraes, fundador da vinícola Guarani, que começou, aos 10 anos, em 1931, a trabalhar na lavoura e a cultivar as vinhas das terras do Sorocamirim. Naquela época, a grande aventura diária de Brasílio era percorrer alguns quilômetros de estrada de terra rural que separava a casa paterna da escola rural de Canguera, onde, em companhia dos irmãos, cursou o primário. 

Depois de concluir seu curso primário na escola rural de Canguera, Brasílio Augusto de Moraes passou a se dedicar integralmente ao trabalho na vinícola do pai, cultivando parreiras e se aperfeiçoando na elaboração dos diversos tipos de vinhos. Aos 26 anos, casou-se com a senhora Angela Santiago de Moraes, no dia 27 de dezembro de 1947. 

Brasílio, desde cedo sonhava em ter a sua própria adega, porém nada era muito fácil naquela época, logo após a 2º Guerra Mundial, quando o vinho de São Roque não desfrutava do reconhecimento e da preferência que seriam conquistados, uma década depois, quando o município passou a ser aclamado em todo o Brasil como a “Terra do Vinho” . Dessa maneira, somente em 1958 quando, já homem feito e criando os filhos ao lado de dona Angela, é que pode montar a sua própria vinícola – XV de Novembro. Cultivando as uvas das variedades Seibel, Isabel e Niágara, Brasílio deu início à sua vida de vinhateiro com uma produção média anual de 6 mil litros de vinho tinto seco e branco seco para, em seguida, incorporar tipos suaves e licorosos. Acondicionados em barris, tonéis, litros e garrafões, os vinhos da XV de Novembro eram distribuídos em São Roque por meio de um carrinho puxado a cavalo, dotado de rodas de madeira, e conduzido pelo próprio Brasílio. 

Brasílio recordava-se dos tempos (até meados do século passado) em que, junto com os pais e irmãos e, nos últimos anos, com os próprios filhos, amassava cachos de uvas com os pés. Mais do que uma tarefa do processo da transformação da uva em vinho, isso representava uma espécie de ritual sagrado, a união da família, a consagração do trabalho. 

Brasílio faleceu no inverno de 2017, aos 96 anos. Seu filho e neto, com muito orgulho e muita paixão mantêm a tradição e seguem produzindo os vinhos com o mesmo capricho e cuidado do patriarca da família.