É tempo de Alcachofra!

Terra da Alcachofra

Quem acha que São Roque é apenas a Terra do Vinho, engana-se: nossa cidade, juntamente com Ibiúna e Piedade, é responsável por quase 90% das alcachofras cultivadas no Brasil. Pra se ter uma ideia, já é possível colher uma variedade da flor que só existe por aqui: a alcachofra Roxa de São Roque.

Da família das margaridas e girassóis, a Cynara scolymus (nome científico da alcachofra) é originária do sul do Mediterrâneo e ingrediente marcante dessa gastronomia, chegou aqui por meio de imigrantes italianos que encontraram em nossa altitude e inverno frio e seco, o lugar ideal para o cultivo.

Da alcachofra, aproveita-se tudo

Usos medicinais

Suas folhas e extratos são usados na medicina natural e na fitoterapia para o tratamento de distúrbios na vesícula biliar, no fígado e também em casos de intoxicação alimentar por conta das inúmeras propriedades de purificação que a planta possui. Atribui-se a ela também certa propriedade afrodisíaca desde a Idade Média, quando era consumida na Europa para esse fim.

Estrela da gastronomia local

O caule, as pétalas e o coração (fundo da alcachofra, encontrado na base das pétalas) podem ser preparados juntos ou separados, com a possibilidade de se tornarem prato principal ou ingredientes nobres em massas, risotos e saladas. A conserva dos botões e do coração é uma forma comum de preservar e acentuar seus sabores, permitindo que a alcachofra seja consumida o ano todo.

No Roteiro do Vinho, restaurantes, lanchonetes e empórios oferecem uma variedade enorme de petiscos, conservas e pratos feitos a partir dessa planta deliciosa. Em alguns sítios e mesmo aqui em nossa vinícola, no Empório Sant’Angela, é possível adquirir a versão in natura (além da conserva e do patê) e, em dias mais tranquilos, ter a oportunidade de escolher e colher as próprias alcachofras. 

Abaixo, a apresentadora Pamela Rodrigues conta um pouco mais sobre as alcachofras, visita uma plantação, conversa com o produtor Alex Santiago de Moraes e mostra a chefe de cozinha Vânia explicando, preparando e sugerindo diversas receitas:

Vinho e alcachofra combinam?

Colhida nos meses de agosto a novembro, a alcachofra juntamente com o vinho são temas de um dos maiores eventos da cidade: a Expo São Roque. Mas essa iguaria exótica é reconhecidamente um desafio de harmonização para sommeliers e enófilos.

A cinarina é uma substância com propriedades digestivas, e também responsável pelo sabor amargo das alcachofras. Na degustação com o vinho, não é raro que esse amargor típico resulte em um gosto metálico. Para garantir que a experiência seja deliciosa, a recomendação é apostar em vinhos frescos, leves e de boa acidez.

Sugestões de harmonização:

Por aqui, quando a alcachofra é servida inteira e com pouca condimentação, sugerimos o Lorena. Para massas e risotos que levem o coração da alcachofra como recheio, a sugestão é um vinho branco mais encorpado e perfumado, como o Moscato Giallo. Quando a alcachofra for servida com queijos gordos e de cura, carnes e/ou molhos mais condimentados e vermelhos, a recomendação é partir pros tintos e realizar a harmonização a partir do sabor que tenha mais destaque.